Terminei de corrigir os testes do 9º E e não resisto à vontade de publicar dois dos textos escritos a partir da crónica de Maria Rosa Colaço intitulada "Mulheres", em Crónicas - O Tempo e a Voz.
A tarefa consistia na reescrita da crónica, mas susbtituindo a palavra Mulheres por Adolescentes.
O texto da Ana Carrilho
Falo de adolescentes.
Das adolescentes incompreensívies que têm "montes" de segredos guardados.
Falo dos guardiães de vidas indecifráveis. Das adolescentes teimosas que povoam o Mundo e a quem o Mundo povoa de incertezas e desafios.
Há adolescentes que são como cães: são obrigados a tudo e têm nos olhos a esperança de algum dia serem eles a reinar.
Há adolescentes que são como gatos: perfumam as noites em que fogem, inutilmente perdidos; fugitivos e prisioneiros d euma vida. Dura. Invejável. Quase felizes.
Mas eu falo das adolescentes que nascem, vivem e morrem sugadas pelas obrigações dos pais, dos professores e d vida de estudante.
Falo das adolescentes que sofrem um prisão em casa; das que não podem divertir-se como os outros, dos que se alimentam dos livros, cadernos e material escolar.
Falo dos adolescentes do meu tempo, que povoam os quartos silenciososo e gastam ao longo dos dias tinta de caneta, esperando que uma porta se abra.
Falo dos adolescentes irritantes que, em bicos de pé, depositam as suas mesadas em coisas desinteressantes.
O texto do Miguel Babo
Falo de jovens adolescentes.
Dos adolescentes que têm força e vontade de existir.
Falo dos adolescentes que lutam pelo que querem. Dos adolescentes que povoam o Mundo e a quem o Mundo povoa de tristezas e alegrias.
Há adolescentes que são como máquinas de guerra: lutam até ao fim e vemos no olhar uma expressão de força de vencer.
Há adolescentes que são como as rosas: perfumam a nossa vida, inutilmente bela; visivelmente bela. Directos. Amados. Quase felizes.
Mas eu falo dos adolescentes que nascem, vivem e morrem sugados pela injustiça do Mundo.
Falo dos adolescentes que não desistem; dos que vivem a vida a lutar, dos que se alimentam da força de vontade.
Falo dos adolescentes do meu tempo, que povoam as cidades e gastam, ao longo do dia, as forças esperando vencer.
falo dos adolescentes com problemas que acreditam nos seus valores, depositam a vontade de viver.
Dois exemplos de sensibilidade e percepção adolescente.
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